Com o incremento da informática no âmbito da Administração pública, e em especial nas áreas de pessoal, seria presumível que a qualidade dos serviços prestados pelas Seções/Diretorias de pessoal, no serviço público fossem alavancadas, em que pese, que a rotina em uma Seção/Diretoria de pessoal, pouco mudou, trazendo mais eficiência e qualidade no atendimento.
Mas isso não reflete a realidade. Pelo contrário. Com a informatização dos serviços, vímos aumentar a ineficiência e o desconhecimento da legislação específica, contrapondo-se à época em que os serviços e as rotinas eram manuais.
Percebemos que os funcionários que deveriam atender e orientar funcionários, com zêlo e presteza, estão se perdendo entre bits de dados e fichas funcionais e prontuários.
É excessão encontrar-mos um funcionário que possua conhecimento prático da legislação administrativa, da Constituição da República, do estatuto dos funcionários públicos, e da legislação complementar, de forma a fornecer de pronto, qualquer informação funcional e/ou legal requerida e que envolva a rotina de pessoal, àqueles que buscam informação/orientação.
Foram eliminados os manuais de consulta rápida, os acervos de legislação, de redação e outros insumos necessários a prática de pessoal, que existiam há 15 anos ou mais.
Vemos hoje, uma deficiência na efetiva prestação desses serviços, deixando o funcionário/servidor que busca esses serviços, à mercê de seus próprios recursos.
Hoje existe uma ênfase em procedimentos informatizados via internet, ou on-line, e o domínio da legislação ficou para segundo plano. Possuímos muitos digitadores, nas seções/diretorias de pessoal, e poucos operadores da legislação e da administração de pessoal, em razão disto, diminuiu-se o número de funcionários, em prol da informatização dos serviços.
Isto posto, questiona-se: onde ficou o lado humano, o lado assistencial-operacional dessas áreas? Desapareceu.
Se buscamos uma informação sobre algum direito, norma ou procedimento, junto à essas Seções/Diretorias de pessoal, que existem para dar suporte ao funcionário, nunca essas informações são prestadas de pronto. É comezinho afirmar que em um primeiro momento é mais prático afirmar ao funcionário/servidor que ele não possui esse ou aquele direito, ou num segundo momento, que será estudado seu caso...
Resta-nos, por conta própria, conhecer-mos os meandros da legislação, da rotinae do serviço, e ao invéz de buscar-mos suporte nessas áreas, resta-nos levar as soluções já prontas, cabendo às Seções/Diretorias de pessoal, somente implementá-las.
Foi-se o tempo, em que em uma Seção de Pessoal, o Chefe da Seção e seus funcionários tinham autonomia junto ao Departamento de Despesa de Pessoal do Estado-DDPE, junto ao Centro de Recursos Humanos do Estado-CRHE, junto ao Departamento de Perícias Médicas do Estado-DPME, e outros órgãos, objetivando solucionar algum problema funcional de algum funcionário/servidor, operar a legislação específica, dar suporte, entre outras atribuições. Romantismo? Não - Eficiência e competência.
Em suma, foi uma regressão.
Abraços.
Anselmo
Assinar:
Postar comentários (Atom)
2 comentários:
Ola Bom dia Anselmo!
A tempos venho observando os seus post´s tanto no orkut como no blog, e a cada leitura me surpreendo um pouco mais com a leveza das palavras com esse estilo de revolução com rosas (não com armas), me desculpe, mas este é o conceito que criei de ti!
E hj pela manha lendo esse post relacionado ao Dep. de Pessoal mexeu diretamente com o meu "eu".
Eu trabalho nesta area a 5 anos, sou encarregada de DP e sou apaixonada pela profissão, pelo conhecimento em leis e pelo proximo. Trabalho em uma empresa com 250 func. quando eu entrei aqui logo percebi que o que eles mereciam e esperavam de mim era o meu respeito, respeito esse eu só consegui adquirir atraves do conhecimento, dominando a função de todas as formas, agindo honestamente com cada um, e tendo amor ao tratar o próximo.
Ai eu me choquei ao me deparar com o tamanho desrespeito que existe entre DP e func. de um cargo publico, é estranho! Isso me leva apensar que a corrupção, a desonestidade, é um mau do cárater.
Daniele
danifr2@hotmail.com
Olá Amiga Danieli, saudações!
Minha Amiga,a razão lhe pertence! O caráter é o elemento moderador, o freio e o contra freio, que impõe limites em nossas questões de ordem moral e ética.
Pena que vivemos em uma época em que a inversão de valores é a tônica, é a moda, é meio de vida.
Essa terrivel onda de inversão de valores éticos, morais e familiares, redundam num abrandamento do senso ético e moral das pessoas,e isso vem fazendo escola, infelizmente. As pessoas baseadas na premissa de que "O que não é proibido é permitido", lhes outorga o direito de vilipendiar e subverter muitos dos princípios basilares da sociedade e da família.
E "lato sensu" - O funcionalismo público,não está isento. E "stricto sensu", Hoje,o funcionário público, vive uma crise ética e moral, encontra-se estagnado,desnotivado e perdido, sem identidade.
A falta de objetivos, de desafios à serem perseguidos, a excessiva burocracia e a hierarquia autocrática, furtam-lhe a iniciativa, a criatividade, o ânimo e a humanidade, tranformando-se em mero fragmento de uma engrenagem gigantesca.
Como conseqüência o espírito de grupo, a solidariedade e o senso humano deixam de existir, cedendo espaço para a hipocrisia, para o egoísmo e a competição ferrenha pelas "benesses" da máquina pública.
Os funcionários públicos estão perdidos entre fichas e guias, entre carimbos e chancelas, agasalhados na burocracia utópica que faz da necessidade o meio e o fim se sua própria existência e sibrevivência atravancando o progresso do país, e sendo causa e efeito desse próprio estado de coisas.
Abraços fraternos.
Anselmo
Postar um comentário